O agricultor Pascal Miche, residente em Quebec,
no Canadá, está aproveitando uma velha receita secreta de família para chamar a
atenção e mesmo ganhar algum dinheiro. Ex-açougueiro, ele começou a fazer vinho
a partir de tomates. E – pasmem – já vendeu mais de 65 mil garrafas da bebida,
em dois anos no mercado!
"Eu queria terminar o meu bisavô tinha
começado na Bélgica nos anos 30", disse Miche à Agência France Press. Para
produzir a bebida, o agricultor possui 6,2 mil plantas de tomate em Charlevoix,
400 quilômetros a nordeste de Montreal. Há sete anos, Miche saiu da Bélgica e
foi tentar a sorte no Canadá. Em 2009, começou a plantar tomates vermelhos,
amarelos e pretos. Antes de fazer o primeiro vinho, experimentou 16 variedades
da fruta para encontrar a variedade que melhor se adaptava ao frio de Quebec.
Em meados de agosto, Miche irá colher a
terceira safra. Do campo à garrafa, são nove meses de produção. “Seleciono meus
tomates com o mesmo cuidado com que um enólogo escolhe as uvas para fazer o
vinho. Depois faço trituração, prensagem, fermentação, exatamente como um vinho
normal”, explica. O agricultor produz dois rótulos: o Omerto Sec, seco, claro e
com teor alcoólico de 18% e o Omerto Moelleux, doce que é comumente comparado
com o fortificado francês Pineau des Charentes. O nome é uma homenagem ao
bisavô de Miche, o inventor da receita, e cujo nome era Omer.
De acordo com o produtor, não há nenhum
vestígio ou gosto de tomate na bebida. E Elen Garon, sommelière do restaurante
do hotel La Ferme, em Baie-Saint-Paul, e que vende o Omerto Moelleux, parece
concordar. Ela descreve o vinho como “um doce mel”, e enxerga “um toque de
frutas” e um “aspecto picante” na bebida. Segundo ela, combina bem com comida
apimentada e com sobremesas.
A garrafa de 200 ml de cada um dos rótulos do Omerto
custa 25 dólares canadenses. Os vinhos são vendidos apenas em alguns restaurantes
e lojas especializadas de Quebec e de Manitoba ou no site da “vinícola”.
Apesar de produzir a bebida a partir do tomate,
a legislação na América do Norte permite que Miche a chame de vinho. No
entanto, se quiser exportar para países da União Europeia, terá que achar outro
nome para o que faz. Nos países europeus, apenas bebidas alcoólicas feitas a
partir do suco de uva fermentado podem ser chamadas de vinho.
Em Michigan, nos Estados Unidos, um casal
norte-americano faz vinhos usando aspargos.
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