sábado, 16 de janeiro de 2010

Recordar é viver

por Luciana Plaas

Vale a pena atualizar alguma lembrança de quando se era criança? Quando era pequena, meu pai costumava nos levar para almoçar no restaurante Albamar. Aproveitava todas as possibilidades que apareciam para isso. Bastava algum conhecido estar com um gringo hospedado onde quer que fosse, que ele dava um jeito de levá-lo para conhecer o restaurante. Por isso, me considerava uma frequentadora assídua do lugar. Lembrava-me do formato do prédio. Do elevador apertado. Do uniforme dos garçons. E da casquinha de siri.

O tempo passou. Meu pai não mora mais no Rio. O restaurante entrou em decadência. E eu nunca mais fui ao Albamar.

Até que, ano passado, novos proprietários assumiram a casa. E deram uma revitalizada no lugar. Desde então, tento ir ao Albamar, sem conseguir. A oportunidade veio nesta semana quando meu irmão, que não mora no Brasil, programou uma escala no Rio. E, entre um voo e outro, combinamos de almoçar. Nem titubeei! Era a hora de voltar ao Albamar.

De perto, tudo parecia igual. Mesmas cores, a mesma entrada e o mesmo elevador. Que bom! Fomos bem recebidos. As cadeiras continuam confortáveis. As toalhas mudaram. Precisava mesmo. Ficou simpático.


O couvert (R$6,00) veio sem que desse tempo nem de pedir. Embora opcional, eu nunca dispenso. Azeitonas, tâmaras, presunto, manteiga e pão fatiado. Bem sem graça, não emocionou. De entrada, escolhi a casquinha de siri (R$20,00). Muito gostosa. Meu irmão optou pelo menu degustação (R$65,00, quatro serviços).


O primeiro prato dele foi uma salada de trilha com pinoles e uma torrada. Bonita. Segundo ele, boa também. O próximo prato dele foi uma casquinha de camarão. Ele gostou.



Papo vai, papo vem. O vinho descia bem. Villa Francioni Rosé (R$52,00). Meu irmão me pergunta: "Não parece que essas pessoas sempre estiveram aqui?" Concordei. A impressão é de que as pessoas que frequentam o restaurante estão lá desde sempre.

Chegaram os pratos principais. O do meu irmão era um filé de congro rosa empanado, com purê de batata baroa e molho de tomate. Parecia sequinho. Ele achou bom. Escolhi o linguado a belle meunière, endívia e batatas (R$46,00). Nada de especial, mas bom. Exatamente como tem que ser.



A sobremesa do menu degustação era uma torta de frutas, linda, com creme inglês. Ele comeu tudo sem deixar nem uma gota do creme. Eu que ando sem fome por conta do calor, fiquei nas frutas da estação (R$16,00).



Ficamos lá um tempão. Foi muito gostoso. A vista continua estupenda. O menu ganhou leveza sem perder o estilo de sempre. No meu caso, valeu a pena sim, reviver uma memória de infância. Foi bom voltar ao Albamar. Mais pelo lugar até do que pela comida. Boa, mas nada de excepcional. Mas o fato é que agora posso seguir o exemplo do meu pai e arrumar qualquer pretexto para voltar lá.


Albamar
Praça Marechal Âncora, 186 - Centro
(21)2240-8378
www.albamar.com.br

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Molho de hortelã

por Luciana Plaas
Antes tarde do que nunca.

Demorei um pouco para dar essa receita que havia prometido, mas aí está:

Molho de menta:

Uma mão cheia de hortelã
2 colheres de sopa de água quente
2 colheres de chá de açúcar
2 colheres de sopa de vinagre

Lave as folhas da hortelã e escorra. Corte as folhas da hortelã bem
fininho. Coloque em um recipiente com o açúcar. Despeje a água e deixe
até que o açúcar dissolva. Adicione o vinagre e espere pelo menos uma
hora.

Fica perfeito com cordeiro, mas eu gosto de usar mesmo em outras carnes vermelhas.




Vinho da semana: Gramona Xarel.lo Font Jui 2005

por Alexandre Lalas
Gramona Xarel.lo Font Jui 2005
Penedès, Espanha
Branco de caráter, feito com a uva xarel.lo, de vinhas velhas e com baixo rendimento. O vinho é fermentado em madeira e estagia, com as borras, por dois meses em barrica de carvalho francês. Nariz intenso, com aromas frutados (pêra, maçã, tamarindo) e lácticos típicos da fermentação em barrica (manteiga, pipoca). Na boca, conserva o frescor, tem corpo médio, muita fruta e um final longo e com um agradável amargor. Combina com frutos do mar, como lagostins, e vai bem até com queijos cremosos.
Nota: 8,5
Preço: R$ 89
Onde: Casa Flora (2224-0826)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Nas alturas

por Alexandre Lalas
Quem viaja de TAP tem ao dispor, desde 28 de dezembro, uma nova carta de vinhos. Os 15 novos rótulos (que incluem dois espumantes, seis brancos, seis tintos e um vinho do porto) foram escolhidos por críticos portugueses em provas às cegas. Entre os destaques, o espumante Luis Pato Bruto, o branco Paulo Laureano Reserve 2007 e o tinto Monte da Cal Reserva 2008. Mas, atenção. Dos 15 vinhos da carta, apenas quatro estão disponíveis na classe econômica. São eles, Versátil e Quinta dos Grilos, ambos tanto brancos quanto tintos. Os outros estão disponíveis apenas aos passageiros que viajam de executiva.