sábado, 3 de julho de 2010

Respirar é preciso

por Alexandre Lalas

Muitas vezes quando abrimos uma garrafa de vinho, a bebida está quase sem aromas. No jargão dos enófilos, dizemos que o vinho está fechado. Nestes casos, recomenda-se colocar o líquido em um decanter para que o contato com o oxigênio liberte os aromas da bebida. Dizemos, então, que o vinho está abrindo. Dependendo do rótulo, leva tempo para que o vinho abra. Com a promessa de diminuir esta espera, surgiram os aeradores.

De um tempo para cá, o mercado de vinho tem sido invadido por estes produtos. Duas versões já estão disponíveis nas lojas e sites de vinho, outro está a caminho e ainda há um aerador francês que promete transformar qualquer vinho jovem em um ancião centenário em questão de segundos.

Para entender alguns destes produtos, a Confraria dos Nove se reuniu, na semana passada, para avaliar alguns dos aeradores disponíveis no mercado. O mesmo vinho foi provado, às cegas, em seis diferentes versões: passando pelo Vinturi, pelo The Wine Finer, pelo Oxyger De Vin, usando a Clef du Vin, um decanter normal e abrindo a garrafa sem aerar.

Participaram da degustação, além do colunista, a sommelière Cecilia Aldaz, do Eñe; o chef Danio Braga, da Loccanda; Paulo Nicolay, vice-presidente da SBAV-RJ; Ricardo Farias, diretor da ABS-RJ; a crítica de gastronomia Luciana Plaas e o empresário Duda Zagari, da Confraria Carioca, loja que cedeu os vinhos para a prova. A degustação foi realizada no Lorenzo Bistrô, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro e o serviço foi conduzido com eficiência pelo dublê de garçom e sommelier Radamés Chinemann.

O teste foi feito primeiro com o espanhol Petit Grealo 2004, vinho espanhol sem passagem em madeira. A mesma prova foi repetida em seguida com o também espanhol Pujanza 2005, que tem estágio de 18 meses de barricas de carvalho. Foram conferidas notas de zero a dez para cada uma das versões dos dois vinhos. Só que mais importante do que estabelecer um vencedor da degustação foi avaliar o comportamento de cada aerador com os diferentes vinhos. E, finda a degustação, a principal conclusão foi de que ainda é preciso estudar, e muito, o assunto.

Abaixo, o desempenho de cada um dos aeradores nas duas provas:

Clef du Vin: produto francês, desenvolvido pelo sommelier Franck Thomas e pelo químico Lorenzo Zanon. É uma espécie de chave, com uma liga de metal, que promete “envelhecer” o vinho através de uma rápida oxigenação, promovida por reação química aos tais metais. Segundo o fabricante, cada segundo da chave em contato com o vinho, em dose de 10 cl, equivale a um ano de envelhecimento. Na prova, a chave ficou dois segundos em contato com o líquido.

No vinho sem passagem por madeira, o desempenho da Clef du Vin foi sofrível e obteve a pior nota para os degustadores. Já quando foi usada no vinho com envelhecimento em barricas de carvalho, a geringonça teve um resultado melhor: foi a que obteve a maior nota dos provadores. Ou seja, para vinhos sem madeira, não vale a pena usar o acessório. Não disponível no Brasil, custa US$ 129 no site www.vinetpassion.com.

Oxyger De Vin e Vinturi: Ambos funcionam seguindo o mesmo princípio: o aumento da velocidade de um fluido em movimento provoca a diminuição de sua pressão. Ambas as peças têm dois pequenos furos laterais, que sugam o ar para dentro do aerador e aumenta a oxigenação do vinho. Na prova, o americano Vinturi saiu-se um pouco melhor do que o brasileiro Oxyger de Vin, em ambos os vinhos. Porém, as médias dos dois produtos foram muito próximas. E, em ambos os casos, os vinhos ficaram melhor do que fossem servidos diretamente da garrafa para a taça. O Vinturi está a caminho do Brasil e custará cerca de R$ 120. Já o Oxiger de Vin é vendido no site Artesanato do Vinho (www.artesanatodovinho.com.br) e custa R$ 100.

The Wine Finer: Desenvolvido pelo designer dinamarquês Marcus Vagnby, funciona além de aerador, como filtrador e corta-gotas. Telas muito finas de aço inoxidável filtram a bebida que passa por 32 micro aeradores na hora em que o vinho é servido. Na prova, o Wine Finer saiu-se bem melhor com o vinho barricado, quando obteve a segunda maior nota. Na bebida sem passagem em madeira, em compensação, o Wine Finer ganhou apenas da Clef de Vin. Custa R$ 199 e é vendido na Spicy, e nos sites do Ponto Frio e do Extra.

Vale lembrar que o bom e velho decanter, cujos aeradores prometem aposentar, saiu-se muito bem com os dois vinhos.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cenoura mecânica

por Luciana Plaas

 Para manter a tradição que tem dado certo nesta Copa, procurei uma receita holandesa para o jogo de hoje. A culinária sem dúvida não é das habilidades mais notáveis dos holandeses. Cheguei a encontrar uma receita de hutspot, uma carne cozida, cortada em cubos e misturada com purê de legumes (cenoura, feijão branco, batata e cebola). Este prato costuma ser servido com cerveja. Mas não me empolguei com a receita. Mas para não deixar os supersticiosos de plantão de cabelo em pé, resolvi o problema justamente pelo que a seleção holandesa tem de mais marcante: a cor laranja. Vou fazer um bolo de cenoura bem laranja e, por via das dúvidas, abrir o apetite antes com alguns queijinhos bem holandeses: Gouda, Edam e Leyden.

Receita do bolo de cenoura

Assadeira redonda de 20 cm

250 ml óleo vegetal
4 ovos batidos
225g açúcar mascavo
140g de cenoura sem casca e ralada
225g farinha com fermento
½ colher de chá de bicarbonato
1 ½ colher de chá de canela

Cobertura
45g de manteiga sem sal (fora da geladeira)
170g cream cheese
300g açúcar de confeiteiro
1 colher de chá de essência de baunilha

1 Acenda o forno na temperatura de 180C. Unte a assadeira.
2 Numa vasilha, misture o óleo, os ovos, o açúcar e a cenoura.
3 Peneire a farinha, o bicarbonato de sódio a canela em uma outra vasilha.
4 Misture os ingredientes das duas vasilhas.
5 Coloque na assadeira. Asse por aproximadamente 35 minutos.
6 Faça o teste do palito de dente para saber quando está bom. Enfie no meio do bolo se o palito sair limpo está pronto.
7 Para a cobertura, bata a manteiga e o cream cheese até que forme uma mistura homogênea . Peneire o açúcar por cima da mistura da manteiga e com o cream cheese. Acrescente a baunilha.
8 Quando o bolo esfriar coloque a cobertura por cima.

Até o próximo jogo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ceviche chileno

por Luciana Plaas

Para manter o ritual que tem dado certo nesta Copa, uma receita de um prato bem típico chileno, nossos adversários no jogo de logo mais, o ceviche. Esta receita serve quatro pessoas

Ingredientes:

450g de filé de peixe (tamboril, salmão ou atum) cortado em tirinhas
Suco de limão de 2 limões
1 colher de azeite extra virgem
1 pitada de pimenta vermelha
1 pimenta fresca ardida cortada bem pequena e sem semente
1 colher de sopa de cebolinha picada
1 abacate partido e cubos
1 tomate partido em cubos sem semente
Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo

1 Coloque o peixe cortado, a cebola, ao suco de limão, o azeite, a pimenta vermelha e a ardida e metade da cebolinha cortados em uma vasilha. Mexa ocasionalmente. Se o peixe estiver cortado em tirinhas bem finas levara 3 minutos. Estará pronto quando o peixe ficar com uma tonalidade opaca.
2 Tempere com pimenta e sal. Arrume o ceviche com o abacate e tomate.
3 Sirva salpicado com o restante da cebolinha.