sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Filé no paraíso

por Luciana Plaas


Havia tempo que eu estava com vontade de ir à Casa do Filé. Passo sempre na frente do restaurante. É simpático por fora, dá vontade de entrar. Nesta semana, finalmente consegui me programar para ir lá. Levei o Alexandre comigo, meu fiel escudeiro. Fomos caminhando debaixo de um sol de 40o. Quando entramos no lugar, parecia que tínhamos chegado ao paraíso. Fresquinho lá dentro. Fazia tanto calor que pensamos que a fome tinha evaporado. Tinha nada. Bastou sentirmos o cheirinho da carne que o apetite voltou.

Pedimos pasteis de entrada. Mistos. Vieram seis. Camarão com catupiry, brie com geléia de damasco e carne com cheddar. (R$17) Não gostamos muito do de camarão, mas mesmo assim comemos tudo.


A casa oferece, na hora do almoço, duas opções diárias de menu executivo. Uma entrada, prato principal e sobremesa. No dia em que fomos, tinha picadinho como prato principal. Raramente resisto a um picadinho, mas no dia, tanto eu como Alexandre, optamos pelo filé em crosta. Afinal, é esta a especialidade da casa. Dá direito a um molho e dois acompanhamentos (R$32). Optei pelo molho de manteiga e ervas. De acompanhamentos salada verde e batata sauté. O Alexandre pediu o bife dele sem molho, com farofa de manteiga e cebola e salada verde também.



As porções são pra gente grande mesmo. Estava bom, mas eu não consegui comer nem metade da minha carne. Veio no ponto que pedi. Com a famosa crosta e tudo mais. Bem do jeito que se imagina, sem nenhuma surpresa. O Alexandre disse que não aguentava mais comer, mas não parou até raspar o prato. Apesar de eu ter pedido molho, quase nem toquei nele. A carne é tão saborosa que nem precisou.

De sobremesa dividimos um creme de papaya com licor de cassis. (R$11). Simples e bom, como tem que ser.


O lugar, além de bonito, é bastante gostoso. O garçons são simpáticos e o maître, atencioso, faz de tudo para agradar os clientes

Foi tudo muito bom e valeu a pena a espera em conhecer a Casa do Filé. Difícil mesmo foi abandonar o ar-condicionado e voltar andando pra casa no calor infernal que fazia no dia!

Casa do Filé
Largo do Leões, 111 Humaitá
2246-4901
www.casadofile.com.br

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Às cegas

por Alexandre Lalas
A brincadeira é simples e bem divertida. Junte um grupo de amigos, separe algumas garrafas, embrulhe-as com papel alumínio e prove os vinhos. Reveladas as notas, mostre o que foi provado e confira se os mais caros são eleitos os melhores.

Fazer uma degustação às cegas é bem mais fácil do que parece. Primeiro, vamos à escolha dos vinhos. O ideal é que se defina um tema para a avaliação. Pode ser uma uva, uma região, um determinado produtor ou uma safra. Como exemplo, vamos escolher a primeira opção. Nossa degustação será de quatro diferentes vinhos feitos com a uva syrah, de diferentes regiões. Um chileno, um francês, um australiano e um português. Embora não seja obrigatório, neste exemplo usaremos apenas vinhos da safra de 2005.

O próximo passo é arrumar um juiz. Será ele quem embrulhará as garrafas em papel alumínio e servirá a dose para os degustadores. A taça ideal é a ISO, consagrada mundialmente como a melhor para degustações.


Os degustadores devem avaliar a cor, os aromas e o gosto dos vinhos. Os participantes devem avaliar os aspectos visual, olfativo e gustativo. Na cor, conferimos o brilho e a transparência. No nariz, a intensidade e a qualidade dos aromas. E na boca, o equilíbrio entre açúcares, álcool, acidez e taninos, a qualidade, a intensidade e a persistência do vinho. Em uma prova cuja nota máxima é 10, por exemplo, podemos distribuir os pontos da seguinte forma: 1 ponto para o aspecto visual, 3 pontos para o aspecto olfativo e 6 pontos para o gustativo. Afinal de contas, é na boca mesmo que o vinho tem que mostrar o potencial que tem. As garrafas devem ser abertas ao mesmo tempo, e todos os vinhos deverão ser servidos à mesma temperatura.

É bom que os degustadores não comentem as suas opiniões enquanto dão as notas, assim um mais experimentado não influenciará um provador menos experiente. Depois de provados os vinhos, desembrulham-se as garrafas e é a hora da verdade. Nem sempre os mais caros vencem. Mas o que realmente importa é a brincadeira. Até porque, muitas vezes, a mesma degustação feita com os mesmos vinhos repetidas vezes apresenta resultados diversos...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Rio 40 graus

por Alexandre Lalas


Eu não sei se é por influência do tão comentado aquecimento global ou se é um problema de excesso de aniversários, mas o fato é que, a cada ano que passa, sinto mais calor. E este janeiro, em especial, está violento. A coisa está braba! Um copo de água gelada virou o meu par mais constante. Mas como esta é uma coluna sobre vinhos (e outras cachaças...), não vou me furtar a falar do assunto. Tintos, neste forno coletivo que virou o Rio de Janeiro, só mesmo se o ar condicionado estiver no máximo. Mas sempre há o risco de um apagão. E, também, quem quer ficar trancafiado dentro de casa com as janelas cerradas nos dias lindos deste verão?
Então, a boa é deixar os tintos para quando os termômetros baixarem e aproveitar a estação e degustar bons espumantes, brancos e rosados. E, em homenagem ao calor quarentão, abaixo vai uma lista com 40 vinhos de diferentes preços, regiões, nacionalidades e estilos. Boas escolhas.


Vinho da semana:
Boekenhoutskloof Semillon 2007

Franschhoek, África do Sul
Maçã verde sobressai no nariz. Na boca, é cítrico, com acidez bem marcada, finesse e volume. Branco de primeira que mostra como a semillon pode caminhar bem na África do Sul.
Nota: 9
Preço: R$ 85,08
Onde: Mistral (2274-4562)

Barato bom:
Mâcon-Villages Domaine Eloy 2007

Borgonha, França
Chardonnay gostoso, leve e fresco feito por este bom produtor de Fuissé. Perfeito para comidas leves como saladas, peixes e legumes grelhados.
Nota: 8,5
Preço: R$ 44
Onde: Club du Taste-Vin (2633-8866)

Outras dicas:

Espumantes:
Barnaut Blanc de Noirs Brut Grand Cru NV
Champanhe, França
Nota 9; R$ 180,60
Decanter (2286-8838)
Jansz Premium Cuvée NV
Tasmânia, Austrália
Nota 9; R$ 169
KMM (2286-3873)
Lanson Black Label Brut NV
Champanhe, França
Nota 9; R$ 110
Barrinhas (2131-0031)
Bulle de Blanquette nº 1 Fuchsia NV
Limoux, França
Nota 8,5; R$ 75
Winery Store (11 3345-1950)
Salton Évidence NV
Bento Gonçalves, Brasil
Nota 8,5; R$ 50
Salton (54 2105-1000)
Raposeira Reserva Bruto NV
Lamego, Portugal
Nota 8,5; R$ 55
Premium Foods (2584-2402)

Brancos:
Giaconda Nantua Chardonnay 2005
Beechworth, Austrália
Nota 9,5; R$ 568
KMM (2286-3873)
Philippe Pacalet Mersault 2007
Borgonha, França
Nota 9,5; R$ 398
World Wine (2005-5125)
Que Bonito Cacareaba 2008
Rioja, Espanha
Nota 9,5; R$ 306
Grand Cru (2511-7045)
Tyrrell’s VAT 1 Hunter Semillon 2000
Hunter Valley, Austrália
Nota 9,5; R$ 299
Vinhos do Mundo (2511-5140)
Capellanía Blanco Reserva 2003
Rioja Espanha
Nota 9; R$ 115
Expand (3875-1566)
Chassagne Montrachet 1er Cru Clos St Jean 2004
Borgonha, França
Nota 9; R$ 144
Nova Fazendinha (2471-3654)
Colli di Lapio 2006
Fiano di Avellino, Itália
Nota 9; R$ 131,37
Vinci (2246-3674)
Enate Chardonnay Crianza 2007
Somontano, Espanha
Nota 9; R$ 130
Grand Cru (2511-7045)
Hochhemer Holle Riesling Kabinett Trocken 2007
Rheingau, Alemanha
Nota 9; R$ 132
Decanter (2286-8838)
Kilikanoon Mort’s Block Watervale Riesling 2005
Clare Valley, Austrália
Nota 9; R$ 99,75
Decanter (2286-8838)
Malhadinha Branco 2007
Alentejo, Portugal
Nota 9; R$ 128,60
Épice (3296-4724)
Pezas da Portela 2006
Valdeorras, Espanha
Nota 9; R$ 238
Península (2529-8983)
Saint Clair Pioneer Block Sauvignon Blanc 2008
Marlborough, Nova Zelândia
Nota 9; R$ 99
Grand Cru (2511-7045)
Sol de Sol 2005
Valle del Malleco, Chile
Nota 9; R$ 170
Zahil (3860-1901)
Colomé Torrontés 2007
Salta, Argentina
Nota 8,5; R$ 41,70
Decanter (2286-8838)
Grüner Veltliner Berg-Vogelsang 2007
Langenlois, Áustria
Nota 8,5; R$ 97,44
Mistral (2274-4562)
Knappstein Hand-Picked Riesling 2007
Clare Valley; Austrália
Nota 8,5; R$ 64
Wine Society (2286-3873)
Maître de Chais Heida du Valais 2007
Valais, Suíça
Nota 8,5; R$ 98
Vitis Vinífera (2235-3968)
Mitchelton Airstrip 2006
Victoria, Austrália
Nota 8,5; R$ 81
Wine Society (2286-3873)
Muscadet de Sèvre et Maine sur lies Domaine de la Pepiere 2008
Loire, França
Nota 8,5; R$ 45,50
Nova Fazendinha (2471-3654)
Quinta da Alorna Branco Reserva 2007
Ribatejo, Portugal
Nota 8,5; R$ 68
Adega Alentejana (2286-8838)
Villa Francioni Chardonnay Lote II
São Joaquim, Brasil
Nota 8,5; R$ 86
Villa Francioni (49 3233-3713)
Contempo Grillo 2006
Sicília, Itália
Nota 8; R$ 67
Grand Cru (2511-7045)
Maycas del Limarí Reserva Chardonnay 2007
Limarí, Chile
Nota 8; R$ 69
Enoteca Fasano (2422-3674)
Núbio Sauvignon Blanc 2008
São Joaquim, Brasil
Nota 8; R$ 41,70
Sanjo Vinhos (49 3233-0012)
Planalto Reserva 2006
Douro, Portugal
Nota 8; R$ 64
Zahil (3860-1901)
Las Brujas Sauvignon Blanc 2008
Las Brujas, Uruguai
Nota 7,5; R$ 36
Hannover (2259-9137)

Rosados:
Château de Porcieux 2008
Provença, França
Nota 8,5; R$ 97,18
Cantu (0300 210-1010)
Chocalán Rosé 2007
Vale do Maipo, Chile
Nota 8,5; R$ 48,30
Terramatter (3860-6565)
Pétale de Rose 2008
Provença, França
Nota 8,5; R$ 110
KB-Vinrose (3387-3036)
PradoRey Rosado 2007
Ribera del Duero, Espanha
Nota 8,5; R$ 57,55
Decanter (2286-8838)
Langenloiser Zweigelt Rosé 2006
Langenlois, Áustria
Nota 8; R$ 68,73
Mistral (2274-4562)