sexta-feira, 29 de abril de 2011

Para sempre na memória


Em 1884, ainda havia escravos oficiais no Brasil. A população do país era menor do que hoje é a de São Paulo. Embora em processo de fritura, a monarquia ainda comandava o país. Naquela época, Adriano Ramos Pinto já produzia vinhos do porto. E foi um vinho do porto vintage, da safra 1884, a grande atração de uma prova, seguida de jantar, que a Adriano Ramos Pinto e a importadora Franco Suissa, na noite de quarta-feira, no restaurante Trindade, em São Paulo.

E, mesmo que a noite tivesse sido reservada apenas para o Vintage 1884, já teria sido espetacular. Mas a prova incluiu a degustação de outras seis safras do Adriano Ramos Pinto Vintage. Eram elas: 1924, 1934, 1952, 1970, 1983 e 2007. Portanto, uma prova de vinhos do porto de três diferentes séculos.

Antes da prova, conduzida com maestria por João Rosas, da Ramos Pinto, uma pequena palestra sobre a história da empresa e uma degustação de outros quatro rótulos de vinhos tranquilos da vinícola.

Abaixo, a nota de degustação de todos os vinhos provados no inesquecível evento:

Ramos Pinto Collection 2008
Douro, Portugal
No nariz, fruta vermelha madura, com evolução para carne e coro. Na boca, taninos duros, acidez marcante, bom volume, longo – 8

Duas Quintas Reserva 2008
Douro, Portugal
No nariz, um toque floral, fruta vermelha madura, compota, chocolate. Na boca, boa entrada, acidez viva, macio, cai no meio de boca, recupera com um bom final – 8,5

Duas Quintas Reserva 2000
No nariz, floral, com notas de cassis e licor de amora. Na boca, taninos duros, acidez marcada, perde no meio da boca e tem um final quente e leve amargor – 8

Duas Quintas Reserva 1994
No nariz, fruta madura, passas com evolução para chocolate e café. Na boca, acidez perfeita, taninos finos, bom volume, final longo – 9

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 2007
No nariz, abre com aromas de esmalte, evolui para figo seco, castanha assada e um toque balsâmico. Na boca, bom volume, maciez, final longo – 8,5

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 1983
No nariz, amora, violeta, chocolate, figo seco. Na boca, é intenso, sedoso, volumoso e longo – 9,5

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 1970
No nariz, groselha, pimenta, caramelo, chá. Na boca, é exuberante, elegante, intenso e com um final enorme – 9,5

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 1952
No nariz, eucalipto, chá, pimenta, damasco seco. Na boca, é elegante, harmônico, macio, com bom volume, imenso – 9,5

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 1934
No nariz, caramelo, chá, pimenta, mel, amêndoa amarga. Na boca, é elegante, macio, harmônico, longo – 10

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 1924
É emocionante encontrar um vinho com esta idade e nesta forma ainda tão exuberante. No nariz, marmelada, caramelo, amêndoa amarga, mel. Na boca, intenso, elegante, harmônico, macio, com um final interminável – 10

Adriano Ramos Pinto Porto Vintage 1884
É incrível como um vinho de 127 anos ainda pode estar vivo, em condições de ser degustado. No nariz, já prevalecem os aromas químicos, principalmente iodo, mas evolui para caramelo, e chá. Na boca, ainda conserva acidez, e um final longo e amargo, com um toque de boldo. Seria injusto dar nota a um vinho assim, mas é um prazer e uma emoção prová-lo – s/n

terça-feira, 26 de abril de 2011

O jantar dos chefs

No próximo sábado, dia 30 de maio, vai rolar, em Visconde de Mauá, a 14ª edição do Jantar dos Chefs. O evento – já tradicional no calendário gastronômico da aprazível cidade da serra da Mantiqueira – é a reunião de três amigos cozinheiros com um chef convidado, em uma das melhores pousadas da região. Na Pousada Terras Altas, Flávia Quaresma, Paulo Pinho e Paulo Nicolay recebem Dalton Rangel, para uma noite regada a alta gastronomia e grandes vinhos em um ambiente exclusivo e intimista.


Nesta edição do jantar, caberá à chef Flávia Quaresma a preparação da entrada. Será o Polvo entre o mar e o sertão. Em seguida, virá o primeiro prato, um Spaghettini com camarões e cogumelos, criação de Paulo Nicolay – que além de festejado consultor de vinhos, exibe nestes jantares os dotes culinários que tem. A noite segue com o Brasato ao malbec com batatas perfumadas e alecrim, preparado por Dalton Rangel, o chef convidado, que dirige a cozinha do Yuka, restaurante de Visconde de Mauá. O jantar termina com a Banana caramelada com sorvete de creme de Paulo Pinho, chef do Sagrada Familia, que fica no Centro do Rio. Cada prato vem acompanhado por um vinho, escolhido especialmente por Paulo Nicolay.


As vagas são limitadas, e o preço por pessoa é de R$ 175. Quem preferir, pode se hospedar na Terras Altas mesmo. Clique aqui para acessar o site da pousada. Abaixo, as informações completas sobre o Jantar dos Chefs: