quinta-feira, 7 de abril de 2011

O uísque do capitão

Ernest Shackleton foi um explorador anglo-irlandês e é considerado um dos mais importantes desbravadores da Antártida. Entre 1907 e 1909, liderou uma expedição para alcançar o Pólo Sul, mas foi forçado a desistir a apenas 180 quilômetros do destino final, por conta da falta de suprimentos, depois de terem percorrido mais de 3 mil km no continente gelado. Na pressa de voltarem ao barco, já que o gelo já começava a se formar no mar e ameaçava a travessia do barco, Shackleton e seus comandados deixaram para trás alguns suprimentos. Entre os objetos largados no gelo, estavam cinco caixas de uísque escocês e brandy.

Este autêntico tesouro etílico foi encontrado no ano passado, em uma cabana usada pelo explorador na expedição. Embora algumas garrafas tivessem quebrado, a maioria estava intacta. Na ocasião, Richard Paterson, técnico da destilaria Whyte and Mackay, que forneceu o uísque para Shackleton, disse que a receita original para a mistura de maltes não existia mais. Mas manteve a esperança de que a bebida pudesse ser recriada. “Se o conteúdo puder ser confirmado, extraído com segurança e analisado, pode ser possível reproduzir a mistura original”, disse Paterson.

Pois nesta semana, a Whyte and Mackay anunciou que conseguiu recriar o uísque centenário enterrado no gelo pelo famoso explorador. Depois de semanas misturando e combinando diferentes tipos de malte, Richard Paterson garante que conseguiu chegar à exata mistura da bebida de Shackleton. O sucesso da empreitada foi atestado pelo especialista em uísque, Dave Broom – única pessoa de fora da Whyte and Mackay a provar tanto o líquido da garrafa original quanto a recriação de Paterson.

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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Merlot is on fire

“O nível de álcool da merlot está tão alto que corremos sério risco de perdermos o estilo característico de Bordeaux”. A frase é dono do château Leoville Poyferre, Didier Cuvelier. “Uma das vantagens de plantar a merlot aqui no Médoc era justamente o fato de que a uva tinha um amadurecimento melhor do que a do cabernet-sauvignon”, explicou o francês. Mas nas safras 2009 e 2010 foi comum casos de merlots ultrapassando os 15% de volume alcoólico, uma situação que Cuvelier classificou como “perturbadora”.

Outra importante voz que fez coro às preocupações de Cuvelier foi a do consultor Denis Dubourdieu. Ele notou uma tendência nas propriedades da Margem Direita de ambicionarem uma maior concentração de açúcares nas uvas, e para tanto, apelarem para técnicas como o desfolhamento, o que gera uvas menores e mais concentradas. E, consequentemente, mais alcoólicas.

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