quarta-feira, 2 de junho de 2010

A noite de Seu Antônio

por Alexandre Lalas
Seu Antônio ficou tão emocionado no dia da formatura da filha que não aguentou: mal chegou em casa, apagou. Acordou apenas no dia seguinte, deitado em uma cama de hospital. Só então, teve noção da gravidade da situação. Seu Antônio tivera um derrame e quase foi para o outro lado. Felizmente, a recuperação foi completa. Com apenas uma ressalva: o danado do médico proibiu Seu Antônio de beber. Que maldade!

Pois Antônio Dal Pizzol, desde então, segue a risca as orientações do médico. Salvo uma ou outra exceção, afinal de contas, ninguém é de ferro. E na semana passada, Seu Antônio abriu uma destas exceções. Não era para menos. A noite era de gala. Em um jantar no restaurante da chef Roberta Sudbrack, Seu Antônio estava lá para mostrar aos cariocas o mais novo lançamento da vinícola que dirige e leva o seu nome, a Dal Pizzol. E não era um vinho qualquer. E sim, o rótulo comemorativo dos 35 anos de existência da empresa, um corte de cabernet-sauvignon (45%), merlot (35%), cabernet franc (10%) e ancellotta (10%), de produção limitada a 3.350 garrafas, todas numeradas! Não havia recomendação médica que impedisse Seu Antônio de bebericar uma ou outra tacinha. Mas sem exageros, é claro.

A Dal Pizzol, a vinícola do Seu Antônio, é uma empresa familiar, desde sempre voltada para a produção de vinhos finos. A cantina fica em Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Para a feitura dos vinhos, são usadas uvas compradas de produtores parceiros da vinícola, espalhados por Serra Gaúcha, Campos de Cima da Serra e Encruzilhada do Sul. A produção é controlada por dois enólogos e pelo engenheiro agrônomo da Dal Pizzol. São produzidas 250 mil garrafas por ano.

O enólogo responsável pelos vinhos é Dirceu Scottá e a filosofia da vinícola é clara: vinhos frescos, com muita fruta e sem passagem em madeira. E é exatamente assim o Dal Pizzol 35 anos: um vinho com a cara e o frescor de Seu Antônio.

Dal Pizzol 35 anos Assemblage 2005
Faria Lemos, Brasil
O mais legal deste 35 anos é que, no primeiro gole, mesmo às cegas, pode-se afirmar que é um vinho da Dal Pizzol. Este tipo de assinatura é um bem que cabe à vinícola preservar. Vinho gastronômico, cresce com comida. De preferência, carne.
Nota: 8,5
Preço: R$ 60 (preço por garrafa em caixa de seis fechada, no site da vinícola)
Onde: www.dalpizzol.com.br

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