segunda-feira, 28 de março de 2011

A rainha da elegância

Desde que o simpático Miles, no filme Sideways, detonou a merlot e defendeu arduamente a pinot noir, que a uva ganhou pontos no imaginário coletivo do consumidor de vinho. Na época do filme, principalmente nos Estados Unidos, o consumidor enlouqueceu. Caixas e mais caixas de tintos feitos com a pinot noir eram vendidas como água, enquanto os merlots, pobrezinhos, agonizavam, esquecidos e empoeirados, em prateleiras de lojas e estoques de produtores.


Alguns anos já se passaram do filme, mas, se não é o sucesso avassalador da época, a pinot não foi parar no limbo das celebridades instantâneas. Vinhos feitos a partir da casta continuam indo bem em restaurantes e lojas especializadas. Ainda bem. Em um mundo repleto de robustos malbecs, cabernets, syrahs e afins, a delicadeza da uva é sempre muito bem-vinda.


E a diversidade de lugares, climas e terroirs em que a pinot é produzida atualmente, tem gerado boas e produtivas discussões sobre a tipicidade da uva. Que o pinot noir referência é o da Borgonha, ninguém discute. Os bons são elegantes, ricos, intensos e imensos. Os melhores são clássicos inesquecíveis e incomparáveis. Por isso, nos outros cantos do mundo, todos os produtores que arriscam produzir vinhos feitos com a uva buscam uma identidade borgonhesa no vinho. O problema é: existe uma identidade borgonhesa? Qual é, exatamente, o gosto de um pinot da Borgonha?

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